Sobrevivi à colher de pau. E tu?

21 de agosto de 2016



Olá Profissão Mães...e pais :)
Já a começar em Setembro vamos ter um parceiro da luta :) o Alexandre do blog http://www.comregras.com/


Deixo-vos assim já com o cheirinho do que podem esperar desta parceria :) e acima de tudo aproveitem para ler os artigos e reflectir no que andamos a fazer, a nós e aos nossos filhos...porque eles são uma esponja!

Sobrevivi à colher de pau. E tu?

Também pertencem ao clube? Então conhecem a sensação “maravilhosa” da pancada seca e do ardor que perdurava durante alguns minutos…

colher de pauAté já sabia como me defender, utilizava o cotovelo para o embate e tcharam, de uma colher surgiam duas, foi provavelmente a minha primeira aula de matemática… 😉

Acredito que numa casa com 3 rapazes, não fosse fácil para a minha mãe lidar com a energia em formato red bull, mas segundo as suas palavras, a sua versão era bem mais soft que a dos seus pais.

Traumas?

Nenhum, também era um momento raro diga-se a verdade. Naturalmente que não sou apologista da medida, até porque ainda me lembro do sabor da madeira no braço. Na minha casa a colher de pau só tem, e só terá, um único objetivo, mexer a comidinha…

O estudo que realizei prova que ocorreu uma evolução na forma como lidamos com a rebeldia infantojuvenil. De 62% de encarregados de educação que responderam que seus pais lhes batiam, “apenas” 26% assumiu que ainda utiliza o “bater” como forma de corrigir comportamentos. E coloco a palavra apenas dentro de aspas, pois estamos a falar de quase 30% dos pais que assume bater nos seus filhos.

Existe uma tendência, no meu ponto de vista uma feliz tendência. A agressão é cada vez mais vista como algo inaceitável e intolerável, quer em casa, quer na escola. Aliás, na escola esta foi simplesmente banida, e apesar de alguns colegas deixarem fugir a mão, principalmente em idades mais jovens, trata-se claramente da exceção (assim espero). Sim, sei que uma palmada no momento certo dá muito jeito e já por diversas vezes assisti a comportamentos que eram rapidamente erradicados com uma “bela” palmada e se calhar o respeito que seria imposto – a palavra imposto não é por acaso – tornaria o rebelde num bom amigo.

A autoridade deve ser conquistada pela competência, pela hierarquia familiar e pela relação que se estabelece com terceiros. A violência não é solução, não pode ser a solução. Não sou fundamentalista quanto à questão, mas a exceção não se pode tornar a regra. A educação é um imperativo social, mas educar como se educa também o devia ser.

Mas a indisciplina não está a aumentar? Não seria melhor voltarmos ao antigamente?

Gostariam de voltar?

A colher de pau que fique no tacho e não no meu braço. O que se passou comigo e certamente com alguns de vós podia ter sido diferente e acredito que hoje teria os mesmos princípios e valores.

O autoritarismo do punho precisa de ser erradicado e se a indisciplina permanece em determinados contextos familiares, é por manifesta incompetência parental de quem não sabe educar sem ser pela “porrada”. O que falta nessas famílias é estrutura social e emocional, em resumo o que lhes falta é educação.


As crianças são imitadores perfeitos de seus pais. Todos estalos, pontapés, murros e palmadas que dão aos vossos filhos, saibam que estarão também a dar aos vossos netos. Nessa altura se calhar não vão achar muita graça e a culpa não será apenas de quem bate, a culpa é principalmente de quem lhe ensinou…

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