O Bebé de Bridget Jones (2016) é,
inesperadamente, a refrescante sequela que faz realmente jus à obra original.
A minha expectativa para este
filme era baixa. Parecia-me apenas uma tentativa de facturar com a nostalgia
daqueles que ainda se recordam com carinho do Diário de Bridget Jones (2001),
estreado há já 15 anos. O segundo filme tinha-me deixado desiludido e com fome
de mais.
Quando o O Bebé de Bridget Jones começou
a rodar no ecrã, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: rugas, muitas
rugas. Afinal de contas, segundo a história, passaram-se 10 anos desde os
eventos d’O Novo Diário de Bridget Jones (2004). O que mais poderíamos esperar?
Seguem-se depois as naturais cenas em que nos inteiramos do que mudou (ou não)
naquela década. Boring… Até que de repente algo de extraordinário sucede: somos
subitamente transportados para a atmosfera do primeiro filme; não pela
história, que continua a desenrolar-se no presente, recorrendo apenas a alguns flashbacks muito pontuais, mas por
aquela sensação que fez com que, não se tratando de nenhuma obra prima da
cinematografia, a Bridget Jones se tenha tornado imortal para toda uma geração
que assistiu ao primeiro filme. Com um jogo quase perfeito entre o drama e a
comédia, experienciamos uma súbita montanha russa de emoções que nos transporta
entre a quase lágrima no canto do olho e a gargalhada súbita e incontrolável… e
de volta para a quase lágrima. O drama é relativamente banal e a comédia pouco
intelectual, receitas quase certas para o falhanço de qualquer outra obra, mas
esta dicotomia, aliada ao universo Bridget Jones, funciona aqui de uma forma
quase genial.
O resto do filme, não querendo
aqui deixar spoilers para além do que
já consta do trailer, é a típica
história dos dois filmes anteriores: dividida entre dois homens, Bridget
prossegue o seu caminho tortuoso (e por vezes cruel) em busca da felicidade. Pelo
meio há uma gravidez que dá mote a toda a história, mas que não é explorada per si de uma forma sentimental. O bebé
não é mais do que uma ferramenta para sustentar o restante enredo.
Por fim destaco o desempenho da Renée
Zellweger que, embora tenha perdido alguma da “doçura” da Bridget Jones
original (também explicável pela evolução psicológica da personagem),
reencarnou-a muito bem e do Colin Firth, que conseguiu uma vez mais representar
um Mark Darcy aparentemente clueless
e impenetrável, mas que aos poucos nos vai deixando entrar e revelando os seus
verdadeiros sentimentos.
Em suma, O Bebé de Bridget Jones
não é obviamente material para um Oscar, mas são duas horas muito bem passadas
entre personagens que já conhecemos dos filmes anteriores (e algumas novas) mas
das quais continuamos a querer saber mais.
Carlos Calado
Pai da Princesa Laura
Profissão Mães ficaram com vontade de ir ao cinema rir um bocadinho?
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