Hoje é dia de celebramos as conquistas que foram arrancadas a ferros, que custaram sangue, suor e lágrimas a tantas mulheres antes de nós.
Nos tempos que correm sinto que a nossa "celebração" pode, a qualquer momento, ruir diante dos nossos olhos!
Quando vemos leis retrógradas a serem aprovadas, discursos de ódio a serem normalizados e direitos a serem questionados como se fossem privilégios?
No Ocidente, no Médio Oriente, e em todos os espaços onde ser mulher continua a ser um desafio diário.
Violência doméstica e feminicídio – As mulheres continuam a ser mortas pelos próprios companheiros, em qualquer país, em qualquer classe social. O lugar onde devíamos estar mais seguras, muitas vezes, é o mais perigoso.
Falta de acesso à educação – Enquanto na Europa lutamos por mais mulheres em áreas científicas e tecnológicas, noutros países, ainda há meninas proibidas de ir à escola. Sem educação, não há liberdade, não há futuro.
Controlo sobre o corpo feminino – No Ocidente, há políticas que querem retirar o direito ao aborto. No Médio Oriente, há mulheres forçadas a cobrir-se ou mutiladas para garantir a sua “pureza”. Em qualquer caso, o corpo da mulher continua a ser regulado por homens.
Falta de representação política – Os parlamentos continuam a ser dominados por homens. As mulheres não estão onde se tomam as grandes decisões e, quando estão, são atacadas, silenciadas, desacreditadas.
O peso da maternidade – Ser mãe continua a ser um peso desproporcionalmente colocado sobre os ombros femininos. Se trabalhas, és má mãe. Se ficas em casa, és preguiçosa...
E quando achávamos que íamos para a frente, vemos um retrocesso a aproximar-se. Vemos políticas conservadoras e fascistas a ganharem espaço. Vemos a história a ameaçar repetir-se.
E é por isso que não podemos baixar os braços.
A mudança não está só nas nossas filhas. Está também, e talvez ainda mais, nos nossos filhos. São eles que precisam aprender que o mundo é de todos. Que o respeito não se pede, exige-se.
Que o lugar de uma mulher é onde ela quiser.
Não podemos voltar atrás. Já muitas morreram, já muitas foram silenciadas... não estamos dispostas a perder o que tantas mulheres conquistaram antes de nós. Hoje é Dia da Mulher. Mas todos os dias são dias de luta. Porque enquanto houver injustiça, o nosso trabalho não está terminado.
Comments
Desabafe o que lhe vai na Alma!